O Assédio Moral
é todo comportamento abusivo (gesto, palavra e atitude) que ameaçam,
por sua repetição, a integridade física ou psíquica de
uma pessoa, degradando o ambiente de trabalho. São micro-agressões,
pouco graves se tomadas isoladamente, mas que, por serem
sistemáticas e repetitivas tornam-se muito destrutivas. A prática isolada
das agressões não são prejudiciais, entretanto a pessoa perde
a sua autoestima a cada dia, quando essas agressões passam a
ser constantes, levando o indivíduo a acreditar que as agressões são
verdadeiras e que ele é realmente incapaz, o que torna o
fenômeno ainda mais destruidor, pois uma pessoa sem sua estima não
tem condições de raciocinar se realmente é ou não incapaz. Quando a
agressão é fruto de uma discussão ou irritação, não caracteriza
o início do assédio, principalmente se o agressor se
retratar com um pedido de desculpas, por exemplo. Mas se este tipo de
agressão se tornar repetitivo, e não
ocorrer nenhum tipo de esforço de abrandá-las, é um
início forte da prática do assédio moral,
fenômeno que assusta pela sua capacidade de destruição
psíquica e física do assediado.
Toda a prática
é resultado de atos antiéticos do agressor e, caso esse agressor
tenha uma posição de líder, esses atos tendem a
contaminar todo o sistema organizacional, fazendo com que a empresa inicie
a sua perda moral, cultural e principalmente ética. É fundamental
ressaltar que este fenômeno não está restrito as organizações, pois o assédio
moral ocorre também em outras ocasiões passíveis desta prática
destruidora, como nas instituições de Ensino, na Sociedade e
também na Família, onde podemos considerar que a família é uma incubadora de
agressores, onde o mau exemplo estará sendo passado às
crianças que futuramente poderão se tornar sérios agressores deste
mal.
Um dos grandes problemas causados pelo
assédio moral são os problemas de saúde, principalmente pela identificação de
um estado avançado de estresse, sendo seus primeiros sinais:
palpitações, sensações de opressão, de falta de ar, de
fadiga, perturbações do sono, nervosismo, irritabilidade,
dores de cabeça, perturbações digestivas, dores
abdominais e manifestações psíquicas, como a ansiedade, que podem
variar de pessoa para pessoa. Nota-se que quanto mais a vítima
vive a situação do assédio moral, as doenças deixam
de ser de caráter psicológico e passam a ser
fisiológico, sendo necessário, não somente o afastamento do
trabalho, pois deixar de conviver com a
situação não extinguirá a doença fisiológica,
como também, um tratamento médico, com utilização de medicamentos.
Podemos
afirmar que o assédio moral deixará algum tipo de sequela, seja ela psicológica psicossomática ou fisiológica, sendo o seu
tratamento de baixa eficácia, uma vez que os médicos consultados podem
tratar do sintoma e podem não verificar a causa dele. Podemos citar como exemplo uma vítima de assédio moral que vai ao médico queixando-se de
dores na cabeça (sintoma psicossomático), o médico por sua vez
pode tratar a dor, receitando-lhe por exemplo, um analgésico, entretanto o
problema não se resume à dor atual, mas o que gerou essa dor, que neste caso é o assédio moral.
Assédio moral é um fenômeno destrutivo,
uma vez que seu poder de destruição vai além da sua prática. Depois de sofrido o assédio os
problemas continuam, pois eles não são resolvidos pelo simples
fato de não existir mais a situação, considerando que este problema já faz parte do
psíquico da pessoa, podendo ela estar onde estiver que esse sintoma estará junto dela. Esse fenômeno, além de produzir os
sintomas já descritos, agrava situações ou vícios já presentes na vítima, passando a
vítima de um consumidor "social" de bebidas alcoólicas,
para um viciado em bebidas alcoólicas, ou seja, tornar-se um alcoólatra. Esse sintoma
que não é característico da prática do assédio moral, mas sim uma
consequência dele, faz com que a vítima esteja vulnerável a doenças relacionadas
ao uso excessivo do , estando à vítima, portanto, totalmente sensível à contração de doenças não catalogadas como sendo da prática do assédio moral. Toda essa situação se dá pela falta de ética por parte do agressor, o
qual não tem limites em seus atos, pois o seu objetivo é chegar ao poder ou manter-se nele, não importando os meios que o
farão conseguir o seu intento, nem se são éticos ou não, deixando a vítima sem condições
de reagir.
Entendo que as organizações podem trabalhar
preventivamente e evitar o assédio moral. A Liderança é uma excelente ferramenta,
pois se caracteriza com o
processo de encorajar e ajudar os outros a trabalharem
entusiasticamente na direção dos objetivos. É o
fator humano que ajuda um grupo identificar para onde
ele está indo e assim motivar-se em direção aos objetivos.
Sem liderança, uma organização seria somente uma confusão
de pessoas sem direção.
Não
basta ter um líder, na essência da palavra, ou seja, uma pessoa
possuidora de postura ética, decisões sensatas, entre
outros, necessita-se também que o líder tenha capacidade de sinergia, fazendo
com que o grupo o aceite, conquistando com isso o resultado maior que o
esperado. Pois as pessoas ligadas ao líder
estarão, acima de tudo, se espelhando em seu
comportamento ético, o que resultará no comportamento
ético de toda a organização. Caso não haja as qualidades
de liderança, o líder possuirá uma posição dentro da
organização, entretanto, não o será de fato, pois lhe
faltarão atributos de relacionamentos, como propiciar a sinergia,
que o levará a manter, de alguma maneira, a posição de líder, apenas
por meio do autoritarismo, desencadeando um possível assédio moral.
A manutenção
de pessoas incapazes na direção, incorrendo em erros e
injustiças, além da falta de tato nas relações com subordinados, não
contribuirão, provavelmente, para um clima de
colaboração e sinergia favorável o que, consequentemente, fará com que a
empresa deixe de ganhar em todos os sentidos sejam
eles culturais, organizacionais, financeiros e principalmente, humanos e éticos.
Pensem nisso e até a próxima!