domingo, 2 de novembro de 2014

A NOVA ÉTICA



Em uma visão mais ampla, da mesma forma que um empregado não mantém seu emprego com a falência de sua empresa, também uma empresa terá muitas dificuldades com a falência econômica, social e ambiental do país em que estiver operando. Tanto empresários, governantes, quanto administradores estão começando a reconhecer que o desejo de acumulação infinita e de consumo sem limites exige uma desenfreada exploração de recursos naturais, os quais são cada vez mais escassos. Também, os altos custos ecológicos, pela ameaça que representam à população e ao planeta, estão colocando as empresas devastadoras em uma posição muito delicada. Afinal, os interesses desse tipo de empresa entram em conflito com os interesses da coletividade. Uma das questões éticas mais importantes dos dias de hoje é o controle social sobre a agressão ao meio ambiente. As empresas que estão sensíveis a esta realidade têm sua sobrevivência reforçada, pois existirá uma procura crescente por aquelas não apenas voltadas para a produção e lucro, mas que também estejam preocupadas com a solução de problemas mais amplos como preservação do meio ambiente e bem estar social e a sustentabilidade.

Percebe-se que, mesmo no campo dos negócios, aparentemente o menos propício para aplicações éticas, tem surgido uma necessidade cada vez mais urgente de seu estudo aprofundado e dos impactos causados. Seguindo esta lógica, onde o próprio capitalismo necessita redescobrir suas regras, ter padrões éticos significa ter bons negócios e parceiros em longo prazo, pois o consumidor está cada vez mais atento ao comportamento das empresas, existindo um certo metabolismo no relacionamento entre as empresas e as sociedades em que estão inseridas. Códigos de conduta, regulamentos, responsabilidade social, políticas, contratos e liderança, são exemplos de como as empresas podem desenvolver sua ética no contato com a sociedade. Há quem afirme que as organizações de sucesso devem-se afastar de uma época marcada por contratos e litígios e entrar na era do “aperto de mão”. As empresas devem estabelecer altíssimos padrões de integridade e depois aplicá-los sem incertezas. A primeira preocupação ao pesquisar sobre a importância da ética na formação de recursos humanos é verificar o interesse e a contemporaneidade do tema. Logo de início, constata-se que os teóricos em administração de empresas, na tentativa de ampliar as chances de sobrevivência do atual modelo econômico, estão revendo posturas e adotando práticas mais éticas na condução de seus negócios e na gestão das empresas. Não se trata de idealismo ou de nobreza de atitudes. É a própria necessidade de sobrevivência que leva o atual modelo empresarial e governamental a ser mais ético. A sociedade e a população em geral, não suportam mais os frequentes escândalos, desvios de conduta e principalmente a amnésia e inércia dos governantes na resolução dos problemas criados por eles mesmos.

Os próprios ardorosos defensores da cultura capitalista perceberam que não se pode levar muito a sério a tese de que a defesa do interesse individual gera o bem estar da coletividade. Com a difusão e aceitação generalizada desta tese na sociedade, os indivíduos que trabalham nas empresas e os governantes começaram também a defender os seus próprios interesses particulares sem levar em consideração o interesse da coletividade em questão, a empresa e a sociedade. Com isso, os executivos e governantes passaram a defender mais os seus interesses particulares do que o dos acionistas e da população, gerando sérios problemas de corrupção e investimentos duvidosos de dinheiro das empresas privadas (como exemplo o caso mais recente o escândalo da Petrobrás). Além disso, quando o espírito da defesa do interesse próprio é o mais forte numa empresa e no governo é impossível criar o espírito de equipe e coletividade, um item fundamental para aumentar a produtividade da empresa e o crescimento do país, tão necessários num mercado a cada dia mais incerto e competitivo. Basicamente estes dois problemas levaram os executivos, governo e os teóricos da administração a se debruçarem sobre questões éticas. Perceberam que a ausência de ética e a simples defesa do interesse próprio põem em perigo a sobrevivência das empresas, a governabilidade o crescimento do país e, portanto, dos seus próprios empregos. É o instinto de sobrevivência falando mais alto que as teorias aprendidas na escola.

O sistema econômico só funciona eficazmente dentro de regras de condutas firmes. A primeira é a honestidade comum – a verdade deve ser transmitida como informação essencial aos investidores, ao público em geral e aos consumidores. É como se a necessidade de sobrevivência estivesse impondo às empresas e a própria sociedade uma urgente retomada de atitudes e valores éticos. Afinal, que empresa e governo teriam condições de sobreviver e prosperar num clima de falência econômica, social e ambiental? A sociedade justa tem três exigências econômicas estreitamente relacionadas, cada qual com força independente:

1)    A necessidade de suprir os bens de consumo e serviços requeridos;
2)    A necessidade de assegurar que essa produção e seu uso e consumo não exerçam um efeito adverso sobre o atual bem estar do público em geral;
3)    A necessidade de assegurar que não afetem adversamente as vidas e o bem estar das gerações futuras.

As duas últimas exigências estão em frequente conflito com a primeira, conflito esse fortemente manifestado na economia e na política diária. A referência comum é o efeito sobre o meio ambiente. As empresas e o governo não podem continuar gerando altos custos ecológicos em suas operações, pois seus interesses estariam colidindo com os da sociedade, uma população cada vez mais preocupada e exigente à preservação do meio ambiente, a transferência de renda e a criação de cidadania. Quando a empresa e o governo se preocupam com as questões ambientais e bem estar social, preocupações evidentemente éticas aumentam suas chances de sobrevivência, pois a sociedade desenvolve uma imagem positiva em relação a esse tipo de organização. Quando passam a atuar de forma menos predatória e selvagem, todos saem ganhando, embora muitas vezes as intenções que estão por trás desta atitude não possam ser consideradas altruístas. É como se, ao aplicarem uma espécie de “ética do egoísmo” conseguissem, como efeito colateral, atingir de forma benéfica o conjunto da sociedade. Esse movimento pode ser chamado de “responsabilidade social” de empresas, governo e organizações.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS

Caros Amigos,

Segundo o IBGE cerca de 48% das empresas brasileiras encerram suas atividades, ou literalmente fecham suas portas depois de 3 anos. Analisando a situação em um ambiente macro, levando-se em consideração todas as vertentes de um negócio, esta alta taxa de fechamento, deve-se a uma série de fatores: fatores econômicos como a alta carga tributária, a falta de incentivos fiscais em áreas consideradas estratégicas, como a Educação, Saúde e Segurança por parte dos Governos, entre outras. Independente disso não podemos atribuir a responsabilidade somente aos Governos, mas também aos Empresários. Pois para que as empresas sobrevivam num ambiente e num cenário cada vez mais incerto, o Planejamento aliado a um Balanced ScoreCard é fundamental, pois levarão em conta todas as metodologias e melhores práticas para que as Organizações possam traçar suas metas e objetivos, de curto, médio e longo prazo.

Como sou um profissional que já navegou e atuou em todas as etapas de um negócio (Administração, Financeiro, Comercial, Marketing e RH), me permito afirmar que o maior erro das empresas, sejam elas indústrias, comércio ou serviços, é não enxergar de forma clara um negócio e tratar seu Target, como um cliente de uma única venda. Todos os departamentos de uma empresa são importantes, mas o departamento fundamental é o Departamento Comercial, que hoje em meu entendimento agregam valores específicos de Vendas, Marketing e RH. A diferenciação hoje no mercado entre as empresas está evidenciada de que o mercado não precisa de Vendedores, mas sim de Consultores, capazes de enxergar uma necessidade ou uma demanda que nem sempre o cliente sabe que a tem, e de forma preventiva apresentar uma solução que agregue valor, não só financeiro, mas também na perpetualização da marca.

O primeiro passo é termos a consciência, que há todo momento negociamos ou vendemos algo. Com isso o Consultor/Colaborador de uma empresa é o propulsor básico de um negócio (Stakeholder). É o elo entre a empresa e o cliente. É um ledo engano as empresas somente focarem seu crescimento na conquista de novos clientes, e posteriormente os abandonarem. O processo de venda correto é aquele que contempla três pilares básicos (Planejamento: a onde estou? A onde quero chegar? E o que vou fazer para alcançar o resultado?); (Processo: ter infraestrutura e equipe necessária); e (Entrega: capacidade de cumprir os prazos acordados junto aos clientes – SLA’s). Trabalhando estes pilares a venda se concretiza e gera o faturamento, e consequentemente a satisfação do cliente e a necessidade de uma nova compra.

Como o Cliente é principal órgão de um corpo chamado Empresa, há uma necessidade de que este processo seja contínuo, é aí que entra a Administração de Vendas, que é uma disciplina que agrupa todas as atividades de um Gestor na formação de um time que irá representar a empresa. Onde se estuda o relacionamento com o cliente, o trabalho em equipe e a qualidade das vendas. É relevante na administração de vendas o trabalho em equipe, o estímulo, o desenvolvimento do empreendedorismo, formação de força de trabalho e conhecimento em geral.

Para se concretizar uma venda com sucesso os Consultores/Colaboradores precisam de estratégias para uma abordagem aos clientes certos, no momento certo e da maneira certa. É responsabilidade do Gestor o recrutamento dos Consultores/Colaboradores e seu treinamento em produtos e serviços. Sua missão é motivar de todas as maneiras a equipe de vendas, criando uma equipe entrosada, motivada e de alto desempenho com pleno conhecimento das necessidades do cliente e posicionamento de mercado que representará êxito de vendas.

Buscar o êxito e treinar pessoas para aplicarem as técnicas em suas vidas e depois em suas vendas é o papel de um Gestor de sucesso. O êxito em vendas só é possível com um pensamento voltado para a autodeterminação, com metas bem traçadas, muita perseverança e continuidade e follow-up. A boa liderança deve manter e elevar a motivação do grupo, mesmo nas condições e cenários mais adversos, pois é num momento de crise que a criatividade e a inovação fazem os melhores se destacar e superar as expectativas.

Os pontos que contribuem para um melhor aproveitamento do potencial são:

  1. Buscar um diferencial para sua vida;
  2. Assumir o compromisso de mudar;
  3. Melhorar a capacidade pessoal;
  4. Melhor gerenciamento de suas vidas;
  5. Estar preparado para as constantes mudanças.

A fórmula começa na economia do tempo. Algumas regras para a otimização do tempo são: atenção no que ouve ou faz; manter sempre a ordem; desprezar o inútil; pontualidade; usar ao máximo a agenda. Em seguida, um bom método de gerenciamento do tempo. Comece por um demonstrativo do tempo disponível; listagem das atividades por ordem de importância; faça cada coisa no seu tempo e pare enquanto houver tempo para correções.

E finalizando, para que tenhamos sucesso num processo de Vendas e Administração de Vendas, é necessário termos:

Percepção – Conhecimento – Criatividade – Planejamento – Decisão – Ação – Tempo – Êxito.


Pensem nisso e até a próxima!

quarta-feira, 9 de abril de 2014

A Mulher no Mercado de Trabalho


Com o advento da Revolução Industrial que de forma direta influenciou a necessidade da normatização do Mercado de Trabalho, muitas mudanças aconteceram até que chegássemos ao modelo dos dias atuais. O mercado de trabalho, assim como a economia sempre foi considerado um mercado voltado homem, ou seja, as funções estratégicas, os melhores salários, os cursos de formação sempre foram desenhados privilegiando o contexto masculino. Por outro lado as mulheres atuavam sempre em funções secundárias e subalternas, mesmo que elas tivessem comprovadamente o maior grau de escolaridade, e competências para exercerem cargos de maior responsabilidade. Para a nossa felicidade o mercado de trabalho, assim como a sociedade de maneira geral vem percebendo a importância da Mulher, e a importante contribuição que ela sempre nos deu e que poderá agregar a tudo o que ela se dispõe a fazer. Infelizmente a visão de que o mercado de trabalho é unissex, e que independente do sexo do(a) profissional, o importante é a competência e o talento que cada um pode agregar, está diretamente ligado ao fator cultural, pois por mais que as coisas tenham evoluído para a inserção da mulher no mercado de trabalho, as desigualdades ainda permanecerão, principalmente em culturas que considerem a mulher e a relevem ao segundo plano, onde sua principal função é a procriação e o trabalho familiar. Como no dia 20/03/2014 nossa próxima palestra do RH Debates abordará o tema: O Talento Feminino e a Inclusão da Mulher nos Postos Chave das Organizações, decidi abordar o assunto através do levantamento de dados estatísticos sobre a Força de Trabalho Feminina no Brasil.

Ao analisar o comportamento da força de trabalho feminina no Brasil nos últimos 30 anos, o que chama a atenção são o vigor e a persistência do seu crescimento. Com um acréscimo de 32 milhões de trabalhadoras entre 1976 e 2007, as mulheres desempenharam um papel muito mais relevante do que os homens no crescimento da população economicamente ativa.
A partir da década de 70 até os dias de hoje, a participação das mulheres no mercado de trabalho tem apresentado uma espantosa progressão. Se em 1970 apenas 18% das mulheres brasileiras trabalhavam, chega-se a 2007 com mais da metade delas ( 52,4%) em atividade.

O nível de escolaridade formal da população brasileira tem se elevado continuamente através dos anos. No final do século XX e início do XXI, 40 a 50% dos homens e das mulheres tinham menos de 4 anos de estudo, enquanto cerca de 20 a 30% deles e delas apresentavam escolaridade de nível médio ou superior ( mais de 9 anos de estudo).

No longo período de tempo compreendido entre 1970 e 2007, os padrões de localização dos trabalhadores e das trabalhadoras no mercado de trabalho apresentaram algumas alterações. No último ano, a indústria, aqui incluídas a de transformação e de construção civil, e o agropecuário, seguidos do comércio, nessa ordem, concentraram a ocupação masculina.

A literatura tem sido farta em assinalar a maior vulnerabilidade do trabalho feminino em relação ao masculino. Informações sobre a posição na ocupação indicam que, no ultimo ano, tanto entre os homens como entre as mulheres, o mais comum é ser empregado (respectivamente 62 e 51%).

A jornada semanal de trabalho, a posse de carteira de trabalho assinada ou de contrato formal e a contribuição para a previdência oficial são tradicionais indicadores de regulação e proteção do trabalho e historicamente, têm mostrado que o trabalho feminino tem sido menos protegido e regulado do que o masculino.

A participação das mulheres no conjunto dos empregos formais sempre foi restrita, permanecendo, entre 1985 e 1992, muito próxima de 1/3, apresentando-se crescente a partir de então, atingindo 41% em 2007.

O nível de ganhos dos brasileiros é reconhecidamente baixo e as mulheres brasileiras - como as mulheres de todo o mundo - ganham ainda menos do que os homens. A evolução da distribuição de renda de todos os brasileiros revela uma tendência de diminuição paulatina do contingente de trabalhadores com menores ganhos, entre 1976 e 1998. (Fonte Fundação Carlos Chagas).

Caros Amigos, não há como negar a importância e a Força da Mulher, o importante é que tenhamos a consciência de que um não vive sem o outro e o Mercado de Trabalho, assim como a vida só será completa com a união de homens e mulheres.

Um abraço e até a próxima!